Grupos vestidos de preto atearam fogo em latas de lixo e atiraram projéteis contra policiais em Paris, que responderam com gás lacrimogêneo, à margem de uma marcha contra o presidente francês, Emmanuel Macron, e seu projeto de lei altamente impopular para as aposentadorias.
Os confrontos também eclodiram em manifestações semelhantes em cidades como Rennes, Bordeaux e Toulouse, com uma agência bancária e carros sendo incendiados em Nantes.
No entanto, embora a frustração pública tenha evoluído para uma repulsa mais ampla contra Macron, o nível de violência nesta terça-feira (28) não foi intenso quanto na semana passada e os protestos foram, em sua maioria, pacíficos.
No início do dia, o governo rejeitou uma nova demanda dos sindicatos para suspender e repensar o projeto de reforma, que atrasará a idade de aposentadoria em dois anos, para 64 anos, enfurecendo líderes trabalhistas que disseram que o governo tem de encontrar uma saída para a crise.
O governo disse que está mais do que disposto a conversar com os sindicatos, mas sobre outros assuntos, e repetiu que se manterá firme na questão previdenciária.
Milhões de pessoas têm se manifestado e se juntado à greve desde meados de janeiro para mostrar sua oposição ao projeto de lei.
Os protestos se intensificaram desde que o governo usou poderes especiais para aprovar a legislação no Parlamento sem uma votação.
A polícia disse que 93.000 pessoas marcharam em Paris na terça-feira, número menor do que o recorde de 119.000 pessoas na manifestação de 23 de março, mas maior ou igual às manifestações anteriores desde janeiro.
Um manifestante em Paris capturou o clima, levantando uma faixa que dizia: “A França está com raiva”.
“O projeto de lei (de aposentadoria) tem atuado como um catalisador para a raiva com as políticas de Macron”, disse Fanny Charier, de 31 anos, que trabalha para a agência governamental francesa de empregos Pôle emploi.
Macron, que prometeu entregar a reforma previdenciária em ambas as suas campanhas presidenciais, diz que a mudança é necessária para manter as finanças do país em equilíbrio. Sindicatos e partidos de oposição dizem que há outras maneiras de fazer isso.
“Propusemos uma saída… e é intolerável que estejamos sendo obstruídos novamente”, disse o chefe da central sindical CFDT, Laurent Berger, a repórteres no início de uma manifestação em Paris.
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