O novo primeiro-ministro da China, Li Qiang, deu calorosas boas-vindas às empresas estrangeiras em um esforço para conter a queda na confiança empresarial que exacerbou os problemas econômicos do país.
Li, que foi nomeado formalmente no início deste mês, se reuniu com um grupo de CEOs globais nos bastidores do Fórum de Desenvolvimento da China em Pequim na segunda-feira, incluindo Tim Cook, da Apple.
“A China abrirá suas portas cada vez mais”, disse aos executivos, segundo a emissora estatal CCTV, instando-os a “investir na China e criar raízes na China”.
“Não importa como a situação internacional mude, a China expandirá inabalavelmente sua abertura para o mundo exterior”, falou. “A economia da China foi profundamente integrada à divisão global do trabalho.”
Li prometeu que o país se alinhará com as regras econômicas e comerciais internacionais, dará tratamento igualitário ao investimento estrangeiro e facilitará o comércio e o investimento, removendo os controles do governo.
Os participantes do fórum, que aconteceu de sábado a segunda-feira, incluíram Lee Jae-yong, presidente da Samsung, Albert Bourla, CEO da Pfizer, Ray Dalio, fundador da Bridgewater, Stephen Schwarzman, CEO da Blackstone, Oliver Bäte, CEO do Alliance Group, Jakob Stausholm, CEO da Rio Tinto, e CEO da Hitachi Toshiaki Higashihara.
Cook falou em um painel de discussão no sábado, dizendo que estava feliz por estar de volta, pois a empresa comemorou seu 30º aniversário no país, conforme a mídia estatal. Esta é sua primeira viagem à China desde 2019.
Durante as últimas três décadas, “a Apple cresceu com a China e nós dois gostamos muito do relacionamento”, apontou Cook. “Temos uma enorme cadeia de suprimentos na China e nossa loja de aplicativos está prosperando.”
A CNN entrou em contato com a Apple para comentar, mas não obteve retorno.
Novo primeiro-ministro
Li, um aliado de confiança do líder chinês Xi Jinping e ex-chefe do partido em Xangai, foi escolhido como o segundo oficial do país no início deste mês, quando Xi consolidou seu poder.
O novo primeiro-ministro foi encarregado de reviver a segunda maior economia do mundo em um momento de crescimento lento.
A desaceleração foi causada, em parte, por problemas sistêmicos que assombram a economia há anos, como altos níveis de endividamento e redução da força de trabalho.
Mas os problemas foram exacerbados pela política de Covid zero do Partido Comunista, que terminou no final do ano passado, e uma ampla repressão aos negócios privados.
As medidas resultaram em uma confiança empresarial fraca, uma queda no investimento e aumento do desemprego. A taxa de desemprego juvenil, em particular, atingiu mais de 18% no mês passado.
Preocupação com o investimento estrangeiro
As preocupações com a saída de capital estrangeiro da China aumentaram. Nas últimas semanas, relatórios disseram que a Apple acelerou os planos de transferir parte de sua produção para fora da China, dizendo aos fornecedores que planejem mais ativamente a montagem de seus produtos em outras partes da Ásia.
A Foxconn, maior empreiteira da Apple, disse no mês passado que garantiu um novo local no Vietnã para expandir a produção no país do Sudeste Asiático, segundo a empresa.
Pela primeira vez em 25 anos, a Câmara Americana de Comércio na China descobriu em sua pesquisa anual com membros que menos da metade dos entrevistados considerava o país como um de seus três principais destinos de investimento.
Para aumentar a confiança dos negócios, a nova liderança econômica da China está tentando tranquilizar os negócios estrangeiros e o setor privado doméstico.
“Vocês não são estrangeiros, mas família”, disse Wang Wentao, ministro do Comércio, aos participantes do Fórum de Desenvolvimento da China.
Wang realizou uma dúzia de reuniões pessoais com altos funcionários da empresa, incluindo CEOs ou presidentes do Swire Group, Qualcomm, BMW, Mercedes-Benz e Nestlé, de acordo com o ministério.
Em uma reunião com Cook na segunda-feira, ele disse que a China está disposta a “fornecer um bom ambiente e serviços” para empresas estrangeiras, incluindo a Apple.
No início deste mês, o ministério anunciou que, pela primeira vez, lançaria um “Ano de Investimento na China” em 2023 para incentivar empresas estrangeiras a se estabelecerem.
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