É necessário monitorar sinais, diz especialista após ataque em escola de SP

Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (27), dia em que uma professora foi esfaqueada e morreu em São Paulo, Cláudia Costin, diretora do Centro de Políticas Educacionais da FGV, afirmou que é necessário monitorar sinais para evitar casos deste tipo, mas também fornecer apoio aos alunos e professores para superar o trauma.

Essa checagem de sinais deve ser feita, conforme pontua Costin, tanto pelos pais dos alunos quanto pelos familiares de outros colegas.

A CNN obteve acesso a um boletim de ocorrência contra o jovem que realizou o ataque desta quarta, no qual a escola em que ele estudava anteriormente relata um “comportamento suspeito”, como postagem de vídeos portando arma de fogo e simulando ataques violentos.

“O aluno encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por WhatsApp a alguns pais estão se sentindo acuados e amedrontados com tais mensagens e fotos”, complementa o boletim.

O jovem em questão tem 13 anos, idade que Costin considera como não sendo adequada para que ele fique sem supervisão ao usar a internet.

Além disso, a especialista ressaltou que “estamos vivendo tempos muito complicados, de muito ódio, de muito rancor”. “É impossível que isso não afete, também, as crianças e adolescente”, pontuou.

Outro ponto destacado pela especialista é a necessidade de apoio psicológico para alunos e professores que vivenciaram ataques como o desta quarta.

“Vai ser muito importante, agora, fazer uma conversa com os professores para lidar com as dores que eles tiveram em relação a esse momento. (…) E do lado das crianças e adolescentes, toda a sensação de medo pelo qual eles passaram”, observou.

“Precisamos olhar para os sinais, mas para, quase entre aspas, o tratamento desses alunos e professores por tudo que eles passaram”, adicionou, ressaltando também que acha que a medida de suspender as aulas é adequada, aliada à conversa com os envolvidos.

Veja a entrevista durante o CNN Arena: