Enquanto cerca de 300 mil pessoas se divertem no Lollapalooza Brasil ao longo deste final de semana em São Paulo, uma cooperativa de coleta seletiva se encarrega de lidar com as toneladas de resíduos recicláveis que são gerados.
A head de ESG da T4F, Monique Viana, estimou à CNN que devem ser geradas até 99 toneladas de recicláveis ao longo do festival.
Por isso, foi fechada uma parceria com a cooperativa Coopercaps, que desde a madrugada deste sábado (25) vem trabalhando para que esses resíduos retornem à indústria como matéria-prima.
O diretor-comercial da Coopercaps, Marcos Paulo Nascimento, explicou à CNN que a cooperativa já possui experiência trabalhando em eventos de grande porte, como as corridas da Fórmula 1, no Autódromo, ou a série de seis shows do Coldplay no estádio do Morumbi – quando eles coletaram quase 40 toneladas de resíduos.
No Lollapalooza, são cerca de 90 cooperados trabalhando: 60 no festival e outros 30 na unidade CRCC da Coopercaps, no bairro Jurubatuba, vizinho a Interlagos.
“A logística de coleta dos resíduos tem que ser feita de madrugada, e aí nossos cooperados vão trabalhando ao longo do dia para não acumular resíduos”, explicou.
Na cooperativa, os materiais são analisados em um trabalho dos cooperados em uma grande esteira para que seja separado aquilo que tem viabilidade comercial para a cooperativa.
A expectativa deles é de que consigam coletar e vender para empresas, como, por exemplo, Coca-Cola e Braskem, uma quantidade similar ao que foi coletado com o Coldplay.
“Foi acertado com a Braskem que todos os copinhos PP vão retornar para a empresa, e com a Coca-Cola o retorno das garrafinhas pet”, completou.
Marcos destacou a importância da participação da cooperativa nesse evento: “A maioria dos nossos cooperados moram aqui na região. Fizemos um estudo que mostrou que, em iniciativas como essa, cerca de 70% da renda que os cooperados recebem fica na comunidade. É reinserida na economia local.”
A iniciativa da parceria com a Coopercaps veio pela orientação da Casa Causa, consultoria contratada pelo Lollapalooza para coordenar a gestão de resíduos recicláveis, rejeitos e orgânicos gerados no evento.
“Nenhum resíduo gerado no evento vai para o aterro sanitário. Os materiais recicláveis vão para uma cooperativa de material reciclável. Os orgânicos vão ser compostados e viram adubo [pela empresa AgroDKV, de Campinas]. Outros resíduos que são rejeito terão seu reaproveitamento energético através da queima em fornos industriais [pela empresa Silcon]”, explicou à CNN a líder do projeto, Flávia Cunha.
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