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Foguete sul-coreano é lançado da base de Alcântara, no Maranhão; veja imagens

Após uma sequência de adiamentos, desde dezembro de 2022, por questões meteorológicas, ocorreu neste domingo (19), às 14h52 (horário de Brasília), o lançamento suborbital do foguete HANBIT-TLV, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. A nova janela de lançamento se estendia até terça-feira (21).

O veículo não é tripulado e a tecnologia pode ser utilizada para experimentos.

O lançamento faz parte da Operação Astrolábio, resultado da parceria estabelecida entre a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), e a empresa sul-coreana Innospace.

Apesar de ser o número 500 do CLA, essa é a primeira vez que uma empresa privada realiza essa atividade no Brasil. De acordo com Carlos Moura, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), que apoia o projeto, o lançamento marca um novo capítulo da atividade espacial no país.

A partir desse lançamento, a expectativa é de que o CLA passe a operar vários outros lançamentos comerciais que estão em negociação.

À CNN, Pedro Pallotta, especialista em astronáutica, explica que o município da capital maranhense tem o clima semelhante ao da região de Cabo Canaveral, no estado da Flórida (Estados Unidos), conhecida como centro aeroespacial por ser palco de lançamentos.

A proximidade da região com a linha do Equador permite o aproveitamento da velocidade de rotação da Terra, o que reduz a queima de propelente – substância de alto valor responsável pela propulsão do veículo.

A economia torna possível levar mais cargas úteis em cada lançamento. Porém, ambas as regiões têm eventos meteorológicos que podem prejudicar a missão, que motivam adiamentos.

No dia 15 de dezembro de 2022, o foguete realizou, com sucesso, o primeiro teste vertical na plataforma. Já no dia 21 de dezembro, o lançamento do HANBIT-TLV precisou ser adiado devido a uma questão de ordem técnica.

HANBIT-TLV

O veículo tem carga útil 100% brasileira: um lançador de satélites não tripulado que mede 16,5 metros e pesa 8,4 toneladas, que deve atingir 4.600 km/h.

O principal diferencial do HANBIT é o emprego inédito da tecnologia de propulsão híbrida como combustível de foguetes nesta categoria. Além dessa tecnologia, o foguete utiliza um sistema de alimentação por bomba elétrica, ou seja, com propulsores à base de oxigênio líquido e uma mistura de parafinas, o que proporciona composição química estável, fabricação mais rápida e de menor custo.

O veículo é equipado com a carga útil denominada Sistema de Navegação Inercial (SISNAV), desenvolvida pelos militares e profissionais civis do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o qual faz parte do DCTA.

O SISNAV é um experimento tecnológico brasileiro essencial para a navegação autônoma de foguetes, que pode permitir ao Brasil caminhar em direção à independência no desenvolvimento de veículos para lançamentos de satélites de todos os tipos.

O veículo não passa por áreas habitadas e os pontos de impacto do propulsor e da carga útil, que caem no Oceano Atlântico, ocorrem a mais de 50 km da costa, não oferecendo perigo à população.