O destino do Credit Suisse pode ser decidido neste domingo (19) após uma semana tórrida para o segundo maior banco da Suíça.
A mídia local informou que o gabinete suíço se reuniu para uma reunião de crise às 17h, horário local, neste sábado (18), no Ministério das Finanças, para discutir o futuro do banco, enquanto circulavam relatos de uma possível aquisição da instituição em dificuldades por seu maior rival suíço.
Investidores e clientes retiraram seu dinheiro do Credit Suisse nos últimos dias, enquanto a turbulência varria o setor bancário global após o colapso de dois credores americanos.
As ações do banco perderam 25% ao longo da semana, apesar de um empréstimo emergencial de US$ 54 bilhões do Swiss National Bank.
O preço dos contratos financeiros destinados a proteger os investidores contra possíveis perdas em seus títulos disparou para níveis recordes. Mais de US$ 450 milhões foram retirados de fundos europeus e americanos administrados pelo banco entre segunda e quarta-feira, segundo a Morningstar.
A tábua de salvação do banco central suíço, anunciada na noite de quarta-feira (15) depois que as ações caíram para um novo recorde de baixa, só poupou o Credit Suisse por algum tempo.
A Reuters e o Financial Times, citando pessoas familiarizadas com o assunto, informaram que os reguladores suíços estão pedindo aos bancos que cheguem a um acordo antes da abertura dos mercados na segunda-feira (20) para reforçar a confiança no sistema bancário do país.
O Financial Times disse que os conselhos do UBS e do Credit Suisse devem se reunir separadamente no fim de semana. Ambos se recusaram a comentar à Reuters.
A BlackRock, que detém 4% do Credit Suisse, negou uma reportagem separada no Financial Times de que estava elaborando uma oferta alternativa para todo ou parte do banco sitiado.
“A BlackRock não está participando de nenhum plano para adquirir a totalidade ou parte do Credit Suisse e não tem interesse em fazê-lo”, disse um porta-voz da BlackRock à CNN.
O Credit Suisse, que está entre os 30 bancos mais importantes do sistema financeiro global, está há anos na corda bamba após uma série de escândalos, grandes perdas e erros estratégicos.
Suas ações caíram 75% nos últimos 12 meses.Mas a crise de confiança aumentou rapidamente este mês.
A falência do Silicon Valley Bank (SVB) na semana passada, a maior de um credor dos EUA desde a crise financeira global de 2008, levou os investidores a fugir de outros players considerados fracos.
Então o Credit Suisse soltou outra bomba. Publicando seu relatório anual na terça-feira, o banco de 167 anos reconheceu “fraqueza material” em seus relatórios financeiros, acrescentando que não conseguiu identificar adequadamente os riscos potenciais para suas demonstrações financeiras.
No dia seguinte, seu maior acionista – o Saudi National Bank – deixou claro que não injetaria mais dinheiro no banco, depois de gastar US$ 1,5 bilhão no ano passado por uma participação de quase 10%. Isso assustou os investidores.
Em uma nota na quinta-feira, os analistas bancários do JPMorgan escreveram que uma aquisição pelo UBS era o desfecho mais provável.
O UBS provavelmente separaria os negócios suíços do Credit Suisse, já que a participação de mercado combinada representaria cerca de 30% do mercado bancário doméstico da Suíça e significaria “muito risco de concentração e controle de participação de mercado”, acrescentaram.