Um saurópode herbívoro que andava pelo que hoje é a China, há cerca de 162 milhões de anos, tinha um pescoço cerca de 3 metros mais longo do que um ônibus escolar típico – e o mais longo de qualquer dinossauro conhecido.
O pescoço de 15,1 metros da criatura teria permitido que ela aspirasse a vegetação ao redor – maximizando a quantidade de comida que consumia enquanto conservava energia.
Os restos fossilizados do dinossauro, chamado Mamenchisaurus sinocanadorum, foram descobertos em 1987 na região noroeste da China de Xinjiang e descritos pela primeira vez em um artigo científico de 1993. O dinossauro recebeu o nome da equipe conjunta sino-canadense que desenterrou o fóssil.
Em uma nova análise do fóssil publicada no Journal of Systematic Paleontology nesta quarta-feira (15), os paleontólogos usaram a varredura computadorizada da topografia que não estava amplamente disponível há três décadas para comparar o M. sinocanadorum com outros saurópodes relacionados desenterrados nos últimos anos.
“Os mamenquissaurídeos são importantes porque ultrapassaram os limites do comprimento de um pescoço e foram a primeira linhagem de saurópodes a fazê-lo. Com um pescoço de 15 metros de comprimento, parece que o Mamenchisaurus sinocanadorum pode ser um recordista – pelo menos até que algo mais longo seja descoberto”, disse o principal autor do estudo, Andrew Moore, paleontólogo e professor assistente da Stony Brook University de Nova York em um estudo.
Os paleontólogos foram capazes de inferir o comprimento do pescoço estudando as três vértebras preservadas do espécime e comparando-as com os ossos do pescoço de dinossauros intimamente relacionados.
“Na verdade, sabemos com quem está relacionado, o que fornece boas comparações. Neste caso, está bem aninhado evolutivamente dentro de uma linhagem que sabemos ter 18 vértebras cervicais (pescoço)”, explicou Moore.
“Podemos aumentar a escala dos comparadores para descobrir o comprimento absoluto do pescoço.”
O pescoço completo mais longo documentado pelos cientistas pertence a um dinossauro fossilizado chamado Xinjiangtitan, disse Moore, e era cerca de 1,5 metros mais curto que o pescoço do M. sinocanadorum.
Ossos ocos aliviam a carga
O estudo também revelou detalhes intrigantes sobre esses enormes dinossauros.
Semelhante ao esqueleto leve de um pássaro, os ossos de M. sinocanadorum estavam cheios de ar, em vez de medula, que é uma característica da maioria dos ossos de mamíferos. As tomografias computadorizadas mostraram que o ar representava 69% a 77% do volume das vértebras.
“Presumivelmente, esse é um mecanismo importante para a construção de um pescoço tão longo, porque ficará muito pesado”, disse Moore.
Embora a postura de algumas espécies de saurópodes pudesse apresentar um pescoço ereto como o de um cisne, Moore disse que estudos biomecânicos sugeriram que o pescoço do Mamenchisaurid estava elevado em um ângulo de cerca de 20 a 30 graus acima da horizontal.
No entanto, mesmo nesse ângulo relativamente raso, o comprimento extremo do pescoço ainda significa que a cabeça do animal pode atingir alturas de cerca de 7,5 metros a 10 metros acima do solo.
As adaptações evolutivas do saurópode – tamanho gigantesco e dieta vegetariana – não têm equivalente moderno, de acordo com o estudo. Mas a linhagem desses dinossauros de pescoço comprido foi muito bem-sucedida, com diferentes espécies de saurópodes aparecendo no início da era dos dinossauros e prosperando até sua extinção há 66 milhões de anos.
“Eles são aparentemente bem projetados para serem coletores de alimentos eficientes e é isso que o pescoço permite que eles façam… plantem-se em um espaço, comam a vegetação que está ao seu redor e depois se movam apenas quando necessário.
“Quanto ao motivo pelo qual o Mamenquissauro entre os saurópodes tinha pescoços relativamente mais longos? Talvez seja muito mais eficiente. … É difícil dizer, mas é claramente algo central para sua biologia.”
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