Suzy Oliveira, transexual que ganhou notoriedade nacional após ser destaque em uma reportagem do Fantástico em março de 2020, foi presa neste domingo (24) por não cumprir as regras da saída temporária de Natal concedida a detentos com bom comportamento ao longo do ano.
Suzy, condenada por violentar sexualmente e assassinar um menino de nove anos, deveria permanecer na região de Guarulhos, mas foi detida no centro da cidade de São Paulo.
A Revista Oeste foi a primeira a noticiar a prisão, posteriormente confirmada pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Suzy foi reconduzida por policiais ao Presídio de Guarulhos, onde cumpre pena desde 2010, condenada por estupro de vulnerável e homicídio triplamente qualificado.
A detenção ocorreu enquanto outros 90 criminosos também foram reconduzidos aos presídios paulistanos por descumprimento das regras do benefício da saída temporária de Natal, que teve início na última sexta-feira (22). Antes dessa prisão, Suzy já havia sido notícia ao causar uma condenação ao médico Drauzio Varella e à TV Globo por conta da reportagem exibida no Fantástico, que não detalhou os crimes pelos quais a transexual estava presa.
Na sentença, Drauzio Varella e a TV Globo foram condenados a pagar R$ 150 mil por danos morais ao pai da vítima. “Por todo o exposto, julgo parcialmente procedente o pedido inicial para condenar os requeridos ao pagamento ao autor de indenização por danos morais no importe de R$ 150.000,00”, dizia trecho da decisão judicial. Em entrevista ao UOL em agosto, Drauzio Varella revelou ter recebido ameaças de morte após a reportagem.
O médico lamentou a repercussão negativa do abraço, explicando que estava atuando como repórter, e afirmou que não sabia dos crimes cometidos por Suzy na época da filmagem. A saída temporária de Natal e a subsequente prisão de Suzy Oliveira continuam gerando discussões e polêmicas em torno do sistema prisional e da cobertura midiática desses casos.