Vereador cassado por invadir igreja (hoje deputado) reclama de revista da PF

O deputado estadual Renato Freitas (PT), do Paraná, reclamou nesta quarta-feira, 10, nas redes sociais, de racismo em uma abordagem a que foi submetido pela Polícia Federal na semana passada.

Ele estava em um voo da Azul, com destino a Londrina, quando foi selecionado, aleatoriamente, segundo a PF, para uma inspeção de rotina.

Hoje deputado estadual, ele foi vereador de Curitiba, mas teve o mandato cassado em dois turnos pela Câmara Municipal, em 2022, acusado de realizar manifestação política dentro da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, perturbando a prática de culto religioso. Uma liminar do STF, no entanto, depois restabeleceu seu mandato e os 57.880 votos que obteve na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa do Paraná.

“Não sei o que está acontecendo, estou no avião, a Polícia Federal parou o voo e está querendo, me chamando, parece que sou suspeito de alguma coisa, quero saber do quê”, diz Freitas, enquanto filma sua saída do avião. Ele conversa com um agente da PF, que questiona se ele é deputado e se sabe como funciona o procedimento. O caso ocorreu no dia 3 de maio.

“É aleatório, uma certa contagem de pessoas é passada pela revista”, descreve o policial. O deputado, então, sai do avião e filma um funcionário inspecionando a sua mochila.

Logo depois, o homem explica: “A busca aleatória é uma busca do pessoal, é aleatório, quando o sistema pede para fazer tem que ser feito na mochila da pessoa e na pessoa, entendeu? Isso é feito o dia inteiro aqui”. Renato continua a filmar enquanto é revistado.

Os agentes da PF, então, se despedem do deputado ressaltando que se trata de um “procedimento padrão de inspeção”. Ao retornar para o avião, Renato Freitas diz ter sido humilhado e chama os policiais de “bando de racistas ignorantes”.