A chamada “reforma da governança global” será o tema de um dos encontros do primeiro dia da Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro, sob o comando do presidente Lula, nesta segunda-feira, 18. A ideia é debater mudanças na composição e no funcionamento de instituições como as Nações Unidas, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio.
O pesquisador do Observatório de Política Externa Brasileira, Bruno Fabrício Alcebino, vê como “justa” a demanda do Brasil, mas também acredita que esse ponto pode ser um desafio.
No entanto, a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos pode dificultar o debate sobre a reforma nas Nações Unidas e do Conselho de Segurança da entidade. Essa é a avaliação do professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Roberto Menezes.
Segundo ele, as outras prioridades da presidência brasileira no G20, este ano, devem avançar mais.
A “reforma da governança global” é defendida, com frequência, pelo presidente Lula, que questiona a eficácia do Conselho de Segurança da ONU, por exemplo, na promoção da paz na Faixa de Gaza.
No discurso de abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em setembro deste ano, Lula voltou a falar em reforma.
No Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Lula lidera o encontro desta segunda e terça-feira. Para a Cúpula de Líderes do G20, estão previstas, também, outras duas reuniões: uma delas, sobre a inclusão social e a luta contra a fome e a pobreza. Na ocasião, o presidente Lula deve ler a lista dos países que, até o momento, aderiram à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, proposta pela presidência brasileira no G20.
No último dia da cúpula, a sessão vai tratar de desenvolvimento sustentável e transições energéticas. Depois disso, o presidente Lula realizará a cerimônia de entrega da presidência do G20 para a África do Sul, que estará à frente do grupo a partir de primeiro de dezembro deste ano até primeiro de dezembro de 2025.
O G20 é composto por 19 países, mais a União Europeia e a União Africana, somando dois terços da população do planeta e 75% do comércio internacional.