A corrida espacial disputada entre Estados Unidos e União Soviética durante a Guerra Fria foi além da competição tecnológica. Os dois países também investiram no pioneirismo da participação feminina nas missões.
Em 1963, a União Soviética enviou a primeira mulher ao espaço. Em 1983, foi a vez da Nasa lançar um ônibus espacial com uma americana a bordo. E, em 25 de julho de 1984, Svetlana Savitskaya tornou-se a primeira mulher a fazer uma caminhada espacial.
Filha de um marechal da Aeronáutica soviética, Svetlana Savitskaya nasceu em Moscou em 1948. Na adolescência, começou a praticar paraquedismo sem o conhecimento dos pais. Em 1965, estabeleceu recordes mundiais em saltos de paraquedas. Com apenas 17 anos, já tinha realizado 450 saltos. No início dos anos setenta, entrou para a melhor escola de aviação de Moscou e se tornou campeã em acrobacias aéreas. A partir de 1976, trabalhou como instrutora de voo e piloto de testes de mais de 20 tipos de aeronaves.
Em 1980, Svetlana foi selecionada pela empresa aeroespacial soviética para o segundo grupo de cosmonautas femininas. Dois anos depois, a cosmonauta soviética fez seu primeiro voo espacial para passar uma semana a bordo da estação espacial Salyut-7. Essa foi a primeira missão em que uma estação hospedou uma tripulação de gênero misto.
Passados dois anos dessa viagem espacial, Svetlana Savitskaya integrou a tripulação da Sóyuz T-12 como engenheira de voo ao lado do colega Vladimir Dzhanibekov. A dupla fez uma atividade extraveicular de quase quatro horas para realizar experimentos de soldagem na Salyut 7.
Foi a primeira vez que uma mulher andou no espaço e Svetlana também se tornou a primeira mulher a viajar ao espaço duas vezes. O pioneirismo rendeu a ela dois títulos de Herói da União Soviética por sua grande contribuição à exploração espacial e conquistas na aviação.
De acordo com dados da Nasa, entre 1963 e 2023, ou seja, em 60 anos, 72 mulheres foram ao espaço. Destas astronautas, “44 trabalharam na Estação Espacial Internacional como tripulantes de expedições de longa duração, como visitantes em voos de montagem de ônibus espaciais ou como participantes de voos espaciais em missões de curta duração”.
*Redação de Beatriz Evaristo