Morreu neste sábado (8), aos 94 anos, a economista Maria da Conceição de Almeida Tavares, referência no pensamento desenvolvimentista.
Portuguesa de Aveiro, Portugal, Conceição Tavares iniciou sua formação em Engenharia, na Universidade de Lisboa, se graduando depois em Matemática.
Em 1954, fugindo da ditadura salazarista, Conceição Tavares se mudou para o Brasil, onde iniciou a carreira como estatística no Instituto Nacional de Imigração e Colonização. Naturalizou-se brasileira em 1957 e, nesse mesmo ano, matriculou-se no curso de Economia da atual Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Sua carreira no Brasil foi marcada por importantes passagens pelo BNDES, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, e na Cepal, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe.
Publicou vários livros, com destaque para “Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil”, de 1972, que trouxe análises profundas sobre a economia brasileira e suas transformações. Em 1998, venceu o Prêmio Jabuti na categoria Economia, pela reconhecida contribuição ao pensamento econômico no Brasil.
Professora destacada, Conceição Tavares lecionou no Instituto de Economia da Unicamp, onde ajudou a implantar os cursos de mestrado e doutorado. E influenciou vários economistas e líderes políticos, entre eles José Serra, Luciano Coutinho, e Luiz Gonzaga Belluzzo. Foi uma das vozes mais críticas do Plano Real na década de 1990, e se destacou como deputada federal pelo PT do Rio de Janeiro.
Na conta pessoal do X, o presidente Lula registrou que Maria da Conceição Tavares foi uma economista que nunca esqueceu a política e a defesa de um modelo de desenvolvimento econômico com justiça social.