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Morte de Djidja Cardoso traz debate sobre uso ilegal da cetamina

A morte de Dilemar Cardoso da Silva, 32 anos, conhecida como “Djidja Cardoso”, trouxe de volta o tema sobre o uso ilegal da cetamina, ou ketamina, como também é conhecida. A suspeita é que a empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido teve uma overdose. Em outros países, a droga também é identificada apenas pela letra “K”.

Nesta semana, a Polícia Civil do Amazonas divulgou as prisões de quatro pessoas acusadas de distribuir cetamina ilegalmente. Dois deles são proprietários de uma rede de salões de beleza em Manaus. O grupo coletava a droga em clínicas veterinárias.

De acordo com Andreey Teles, assessor técnico do Conselho Federal de Medicina Veterinária, os usos corretos da cetamina são bastante específicos, como sutura de pele e outros procedimentos menos invasivos, por exemplo. 

A cetamina também tem sido usada de forma “recreativa”,  misturada a outras substâncias. Nesse caso, explica Andreey Teles, pode causar intoxicação, dependência, pupila dilata, e risco de morte.

Em dezembro, uma empresa do ramo de agropecuária foi identificada vendendo ilegalmente centenas de medicamentos controlados à base de cetamina. A quantidade apreendida era equivalente a ser aplicada em mais de dez mil cavalos. Em outro caso, três médicos veterinários foram identificados prescrevendo a droga em quantidades acima do normal, fora dos padrões da prática veterinária. Outra forma criminosa do uso da cetamina é para sedação, em golpes, como o “boa noite, Cinderela”.

O Conselho Federal de Farmácia alerta que o medicamento é de venda controlada e indicado para induzir anestesia em intervenções. Para comprar são exigidos vários protocolos, estabelecidos pelos órgãos responsáveis das diferentes áreas, segundo o assessor técnico do Conselho Federal de Medicina Veterinária.

Recentemente, no Brasil, a cetamina tem sido usada para tratar depressão severa, mas sempre com supervisão. Conforme a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, o tratamento é oferecido em clínicas particulares. Até o final do ano passado, apenas dois centros vinculados ao SUS pesquisavam e trabalhavam com a substância.

Outra morte envolvendo cetamina e com repercussão na mídia, em dezembro, foi a do ator norte-americano conhecido pelo papel na série “Friends”. Mês passado, a polícia de Los Angeles concluiu que Matthew Perry teve uma overdose acidental, seguida de afogamento, de acordo com informações da agência Reuters.

*Com produção de Dayana Vitor.