Metroviários de São Paulo aceitam proposta e decidem encerrar greve

Após assembleia no começo da manhã desta sexta (24), os metroviários decidiram encerrar a greve, aceitando a proposta do governo do estado enviada na madrugada de quinta para sexta. Os metroviários pediam um abono de R$ 7.500 no total, conforme proposta mediada pelo Ministério Público do Trabalho referentes aos anos de 2020, 2021 e 2022, mas acabaram aceitando a oferta do Metrô de um abono de R$ 2 mil e participação nos resultados de 2023, a serem pagos ano que vem.

Até o fim desta manhã, o Metrô operava de forma limitada, com menos estações abertas nas linhas Vermelho, Azul e Verde. No entanto, na quinta (23), o Metrô e as redes sociais do governador Tarcísio de Freitas chegaram a anunciar que haveria passe livre para os passageiros, concordando com a proposta dos metroviários. Porém, ao mesmo tempo, o governo entrou com uma liminar na Justiça do Trabalho, que depois foi concedida, solicitando retorno parcial dos trabalhadores e a cobrança da tarifa. 

No começo da noite de quinta, a juíza do Trabalho Eliane Aparecida Silva Pedroso entendeu que houve prática antissindical e ato temerário à população por parte do Metrô e do governo do estado no episódio. Assim, a magistrada multou a empresa em R$ 100 mil.

Dagnaldo Gonçalves, secretário-geral do Sindicato dos Metroviários também comentou uma das alegações do Metrô – de que o passe livre poderia trazer riscos à segurança dos usuários, pela quantidade maior de passageiros que passariam a usar o sistema.

“A catraca livre não significa tirar as catracas de lá e todo mundo passar. Teria controle de fluxo. Como você faz controle de fluxo? Se você tem muita gente – e o Metrô faz isso -, quando tem problema nos trens, ele desliga escada rolante, ele diminui o número de bloqueio de entrada. Tudo isso dá para se fazer. Isso é uma das maiores inverdades. É de um cara que não conhece o metrô”.

Procurado, o Metrô enviou uma nota sem comentar os questionamentos da reportagem sobre a multa e a prática antissindical. Na nota, apenas expôs a proposta que foi aceita pelos metroviários, e afirmou que aguarda o retorno dos colaboradores para normalizar as operações do metrô.