Agência Assembleia/ Foto: Miguel Viegas
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O professor do Departamento de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Manoel Martins, falou, em entrevista ao programa ‘Diário da Manhã’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), nesta sexta-feira (6), sobre os 412 anos de fundação de São Luís, cujo aniversário ocorrerá neste domingo (8).
Na conversa com o apresentador e jornalista Ronald Segundo e com a participação do jornalista Gregório Dantas, o professor tratou, também, sobre a polêmica em torno dos verdadeiros fundadores de São Luís.
“A fundação nutre uma controvérsia na historiografia regional. Um fato histórico é a questão da França Equinocial, estabelecida aqui em 1612. É um fato histórico que não tem como se tirar. Chegaram e passaram três anos, na Ilha de Upoan-Açu; ainda não tinha cidade, só a povoação. Como tinha ocorrido há uns 60 anos, no Rio de Janeiro, mas foram logo expulsos pelos portugueses. A partir do século XX é que passaram a utilizar como uma singularidade em relação às outras cidades brasileiras, mas eu não entro muito nessa discussão”, afirmou.
De acordo com o docente, sendo fundada em 8 de setembro de 1612, pelos franceses Daniel de La Touche e Fraçois de Rasilly, cujo objetivo comum, dentro do contexto da economia mercantilista, era estabelecer a França Equinocial, a capital maranhense encontra na homenagem ao então Rei da França, Luís XIII, as raízes do seu nome. O professor reforçou que a cidade formou-se na península que avança sobre o estuário dos rios Anil e Bacanga.
Manoel Martins lembrou ainda, entre outros pontos, que a cidade sucumbiria, ainda no decorrer do século XVII, ao domínio holandês. E, assim como acontecera com os franceses, também os holandeses, batidos em guerra pelos portugueses, seriam expulsos decorridos três anos da invasão, em 1645, inicia-se, de fato em definitivo, a colonização portuguesa da antiga Upaon Açu ou Ilha Grande, segundo a denominação tupinambá para a Ilha de São Luís.