A falta de água na reserva indígena de Dourados, no Mato Grosso do Sul, provocou protesto dos povos Terena e Guarani Kaiowá com a obstrução da Rodovia MS-156, nesta quarta-feira.
Houve confronto com policiais. Vídeos registrados pelos indígenas mostram pessoas feridas na perna e na orelha.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário, duas mulheres e uma criança precisaram de internação hospitalar. Dois indígenas foram presos.
Em nota, o governo do Mato Grosso do Sul afirmou que a Polícia Militar agiu para desobstruir rodovias após “esgotadas todas as vidas de negociação”. E lamentou episódios de agressões.
De acordo com lideranças locais, a falta de água ocorre há cerca de cinco anos por causa do aumento da população das aldeias. São três poços para atender cerca de 18 mil indígenas.
Também em nota, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Saúde Indígena e do Distrito Sanitário Indígena de Mato Grosso do Sul, afirmou que mantém um contrato de distribuição de mais de 70 mil litros de água potável por semana via caminhões-pipa e articula com a prefeitura de Itapoã o fornecimento de 100 mil litros de água por dia, sendo 50 mil destinados a Jaguapiru e 50 mil a Bororó.
A perfuração de dois novos poços, um em cada aldeia, está em andamento, com previsão de conclusão em até 40 dias.
A Sesai também negocia uma solução conjunta com o Ministério das Cidades, o governo estadual e a Empresa de Saneamento Ambiental do Mato Grosso do Sul. A ideia é aumentar a rede de abastecimento que atende a região urbana de Dourados e formalizar convênios com soluções estruturais e de longo prazo.
De acordo com o ministério, as comunidades já contam com 14 sistemas simplificados de abastecimento de água, que não atendem plenamente à demanda “devido a altos índices de desperdício e uso inadequado da água tratada”.
*Com informações da Agência Brasil