A cada três horas um médico é vítima de violência no trabalho. É o que mostra o levantamento do Conselho Federal de Medicina feito a partir de boletins de ocorrência registrados nas delegacias de polícia entre 2013 e 2024.
Em média, são nove casos de violência por dia no país, que envolvem ameaça, injúria, desacato e lesão corporal dentro de hospitais, consultórios, clínicas e prontos-socorros em todo o país. E a situação vem piorando, segundo a pesquisa do CFM.
Estevam Rivello Alves, diretor de Comunicação do Conselho, diz que a violência também atinge os demais profissionais de saúde. Segundo Alves, os dados foram coletados em instituições públicas e privadas, nos mais variados estados do Brasil.
O recorde foi registrado no ano passado. Foram quase 4 mil atos de violência contra os médicos, cerca de 11 boletins de ocorrência por dia. Cerca de 47% dos registros foram contra mulheres.
De acordo com os dados do CFM, 66% dos casos ocorreram em cidades do interior. São Paulo lidera o número de casos, seguido do Paraná e de Minas Gerais.
Os autores dos atos violentos são, em grande parte, pacientes, familiares dos atendidos e desconhecidos.
O Conselho Federal de Medicina diz que os casos de violência exigem a adoção de medidas efetivas dos gestores do SUS e da área de segurança pública. O CFM indica aos médicos o registro de ocorrência na polícia, além de informar a diretoria do estabelecimento onde ocorreu o caso de violência.