Está pautado para o próximo dia 28 de março, no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP, na foto), o recurso do ex-senador Romero Jucá e do ex-ministro Edison Lobão, acusados de recebimento de propina na Lava Jato do Rio de Janeiro, que pedem a condenação de todos os procuradores envolvidos na operação por suposta quebra de segredo de Justiça. O relator designado foi o conselheiro Daniel Carnio Costa.
Jucá e Lobão pedem a condenação dos acusados alegando que os procuradores confessaram a divulgação de um release à imprensa contendo informações sigilosas que faziam parte de uma denúncia movida contra os ex-senadores. Nos embargos declaratórios, eles alegam omissões, obscuridades e contradições na decisão do CNMP, que não teria examinado os interrogatórios dos procuradores.
O CNMP havia absolvido a maioria dos procuradores da Lava Jato no Rio, acusados de quebra de sigilo. Na conclusão, os conselheiros formaram maioria de oito votos para punir Eduardo El Hage com uma suspensão por 30 dias —que originalmente deveria ser uma demissão. A procuradora Gabriela Câmara recebeu uma censura como punição. Os outros não tiveram maioria em favor de sua condenação e, por isso, foram absolvidos.
Os ex-senadores argumentam que todos os procuradores confessam a autoria da quebra de segredo de Justiça e devem ser condenados à mesma pena de El Hage.
O advogado dos procuradores é o ex-procurador regional da República Eugênio Pacelli. Pelos ex-senadores, atua o ex-ministro da AGU Fábio Medina Osório.